EUA e Irã: um acordo nuclear histórico

Após 19 dias de negociações em Viena, na Áustria, que culminaram 23 meses de diálogo, o Irã e um grupo de potências liderado pelos Estados Unidos chegaram a um histórico acordo sobre o programa nuclear iraniano em 14 de julho. O acerto segue a linha do texto preliminar anunciado em abril: as sanções econômicas impostas ao Irã serão retiradas em troca de uma série de medidas que … Continuar lendo EUA e Irã: um acordo nuclear histórico

Jack Black e Morgan Freeman a favor do acordo com o Irã

O movimento Global Zero, que luta por um mundo completamente livre de armas atômicas, recrutou algumas estrelas da cultura e da política para um vídeo a favor do acordo nuclear firmado entre o Irã e os Estados Unidos. Os atores Morgan Freeman, Jack Black, Natasha Lyonne, Farshad Farahat se juntaram à rainha Noor da Jordânia, à ex-agente da CIA Valerie Plame e ao embaixador aposentado Thomas Pickering para pedir aos … Continuar lendo Jack Black e Morgan Freeman a favor do acordo com o Irã

Obama não sabe o que fazer com o Estado Islâmico

Em seu discurso anual sobre a situação interna e externa dos Estados Unidos, Barack Obama mostrou ainda não ter uma estratégia eficaz para lidar com o autointitulado Estado Islâmico, grupo que tomou partes do Iraque e da Síria e declarou um califado. No pouco tempo dedicado ao Oriente Médio em sua fala, Obama não foi além de pedir mais poderes ao Congresso para ampliar os bombardeios iniciados em setembro passado, uma opção militar de resultados duvidosos e que obscurece a urgente necessidade de uma saída política para a crise.

No discurso do Estado da União, Obama falou sobre uma “liderança norte-americana mais inteligente”. Usou como exemplo os ataques ao EI na Síria e no Iraque, que estão, segundo ele, “parando o avanço do ISIS”, outra sigla usada para designar o grupo. “Estamos liderando uma ampla coalizão, que inclui nações árabes, para degradar e finalmente destruir esse grupo terrorista”, afirmou Obama. “Estamos também apoiando uma oposição moderada na Síria que pode nos ajudar neste esforço, e auxiliando pessoas em todos os lugares que se elevam contra a falida ideologia do extremismo violento. Este esforço vai tomar tempo. Vai requerer foco. Mas teremos sucesso”, afirmou.

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EUA e Irã, contra os conservadores

Hassan Rouhani na cidade portuária de Bushehr, que abriga um reator nuclear, na terça-feira 13. O presidente iraniano afirmou que a República Islâmica “tomou os primeiros passos para se livrar das sanções” (Foto: Presidência do Irã)

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, e o ministro do Exterior do Irã, Mohammad Javad Zarif, se encontraram na quarta-feira 14 em Genebra para reiniciar as negociações a respeito do programa nuclear iraniano. Juntos na cidade suíça, Kerry e Zarif tiveram um obstáculo em comum a superar – a postura linha-dura dos conservadores norte-americanos e iranianos contrários ao acordo e dispostos a torpedear as negociações.

A reunião desta quarta foi consequência da extensão das negociações anunciada em novembro de 2014. Kerry e Zarif deverão determinar as diretrizes segundo as quais seus subordinados vão dialogar nos próximos dias, também em Genebra. Além das duas partes, estarão presentes emissários dos outros quatro membros do Conselho de Segurança da ONU (China, França, Reino Unido e Rússia) e da Alemanha. O objetivo do Irã e do chamado P5+1 é firmar um acordo político até 1º de março e um acordo final até 30 de junho.

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O Estado Islâmico veio para ficar

Em 22 de setembro, os Estados Unidos estenderam à Síria a operação contra o Estado Islâmico (EI), iniciada no Iraque em agosto e oficializada no início deste mês em discurso de Barack Obama. Com os bombardeios e o apoio a forças terrestres locais, tanto na Síria quanto no Iraque, Washington busca “degradar e destruir” o autoproclamado califado. O primeiro objetivo é factível, mas o segundo é claramente impraticável. Sem lidar com o autoritarismo, o sectarismo, o desemprego, a pobreza, o analfabetismo e outros problemas que fazem vicejar o radicalismo religioso no Oriente Médio, a ideia por trás do Estado Islâmico não será destruída. Quando, e se, o EI recuar e perder território, o ideal vai simplesmente aguardar, encubado, uma possibilidade de manifestar seu barbarismo novamente.

Do ponto de vista militar, o Estado Islâmico tem uma fragilidade importante que torna o grupo vulnerável à operação liderada pelos EUA: sua ambição expansionista, baseada em uma verdade religiosa que atribuiu ao grupo uma missão inexorável de dominação mundial.

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O Iraque vai continuar existindo após as eleições?

É difícil escolher um único episódio para simbolizar quão desastrosa foi a invasão e posterior ocupação do Iraque liderada pelos Estados Unidos e secundada pelo Reino Unido em 2003. Trilhões de dólares foram gastos; o país virou abrigo para a Al-Qaeda; e centenas de milhares de pessoas perderam suas vidas. Mesmo diante de tudo isso, as eleições parlamentares desta quarta-feira 30 podem virar um exemplo ainda mais trágico de como a tentativa de impor a democracia goela abaixo dos iraquianos foi um fiasco – o exercício democrático pode ser o estopim de uma guerra civil.

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