Em 2014, o mundo tem um califado islâmico. Como isso foi possível?

No domingo 29, o grupo ultrarradical Estado Islâmico do Iraque e da Síria anunciou a criação de um califado, com o objetivo de governar todas as populações muçulmanas. Por enquanto, o estado islâmico recém-inaugurado se estende do norte da Síria ao Iraque oriental, mas seu projeto é territorialmente ilimitado. A ideia de reeditar o califado é um delírio de extremistas, mas ajuda a mostrar a gravidade daquele que se tornou o problema central para a segurança do Oriente Médio.

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Na Síria, o alvo agora é a Al-Qaeda

Bashar al-Assad deve estar aliviado. Desde 3 de janeiro, suas tropas desfrutam de uma inesperada trégua, provocada não pelos esforços internacionais em favor da paz na Síria, mas por um conflito entre os rebeldes – muitos deles religiosos radicais – que até pouco tempo atrás estavam unidos contra o regime de Damasco. A disputa interna entre os opositores de Assad, iniciada com ataques verbais em 2013, evoluiu para um confronto militar nos últimos dias, e a tendência é que acabe com a oposição ainda mais enfraquecida.

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Na Síria, duelo Al-Qaeda x Al-Qaeda recruta até crianças

alqaedateensUm vídeo divulgado pelo site do The Middle East Media Research Institute (Memri) mostrou mais uma face aterradora do conflito na Síria. Adolescentes e crianças, mascarados e fardados, manipulando armas pesadas e entoando cânticos suicidas num campo de treinamento do Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS). Desde quarta-feira, quando o vídeo surgiu, o Memri retirou-o do Youtube, mas as imagens estão disponíveis em outros sites, como este.  Continuar lendo “Na Síria, duelo Al-Qaeda x Al-Qaeda recruta até crianças”

Quem não tem armas químicas na Síria?

No fim da noite de domingo 5, em entrevista à Radiotelevisione svizzera, a investigadora da ONU Carla del Ponte afirmou que os rebeldes sírios teriam usado gás sarin no combate às forças de Bashar al-Assad. Segundo ela, havia “suspeitas concretas” sobre este fato. Menos de 24 horas depois, o Departamento de Estado dos Estados Unidos e a ONU já haviam negado a fala de Del Ponte, uma mulher conhecida na comunidade internacional por fazer alarde de boatos.

Apesar do desmentido, não é improvável que, com o passar do tempo e o agravamento do conflito, a guerra civil síria se torne cada vez mais “química”.  Continuar lendo “Quem não tem armas químicas na Síria?”

Com o ataque à Síria, Israel acelerou a chegada de um conflito regional

Imagem da destruição provocada pelo ataque israelense no que o governo sírio chamou de "centros de pesquisa" nas proximidades de Damasco. Imagem: Agência Sana
Imagem da destruição provocada pelo ataque israelense no que o governo sírio chamou de “centro de pesquisa” nas proximidades de Damasco. Imagem: Agência Sana

Os ataques de Israel a instalações militares sírias ocorridos nas madrugadas de sexta-feira 3 e de domingo 5 devem ampliar as proporções da tragédia que é a guerra civil do país árabe e transformar a natureza do conflito de uma vez por todas.

Hoje, ocorre dentro do território sírio um confronto regional entre os dois eixos de poder do Oriente Médio. De um lado está o regime Bashar al-Assad, o Irã e o grupo xiita libanês Hezbollah. Do outro, os rebeldes sírios, apoiados pelas monarquias árabes comandadas por Arábia Saudita e Catar, a Turquia e, em menor medida por enquanto, as potências ocidentais, nomeadamente Estados Unidos, França e Reino Unido.  Continuar lendo “Com o ataque à Síria, Israel acelerou a chegada de um conflito regional”

Por meio do Jabhat al-Nusra, a Al-Qaeda chegou à Síria

Imagem de militantes do Jabhat al-Nusra divulgadas pela Press TV, do Irã
Imagem de militantes do Jabhat al-Nusra divulgadas pela Press TV, do Irã

O cenário aterrador da guerra civil na Síria foi agravado neste mês de abril, com o surgimento do Estado Islâmico do Iraque e da Síria. Este grupo, filiado à Al-Qaeda, é uma fusão entre o braço iraquiano da rede terrorista (o Estado Islâmico do Iraque) e o Jabhat al-Nusra, a Frente de Defesa do Povo Sírio.

O Jabhat al-Nusra se tornou público em janeiro de 2012, como mais uma parte do Exército Livre da Síria (FSA na sigla em inglês), um amontoado de grupos seculares e jihadistas cujo único motivo comum é derrubar o regime de Bashar al-Assad. Agora, o Al-Nusra surge como um ator de extrema importância, capaz de desestabilizar ainda mais a Síria, e todo o Oriente Médio.

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