A tenebrosa execução do piloto Muath al-Kasasbeh, queimado vivo pelo autodenominado Estado Islâmico (também conhecido como ISIS), mobilizou as autoridades da Jordânia. O rei Abdullah II encerrou mais cedo uma viagem pelos Estados Unidos para voltar ao país; as Forças Armadas prometeram vingança; e o governo antecipou a execução de condenados por terrorismo. A reação coordenada é uma tentativa de mostrar força, mas também de criar uma mobilização nacional e impedir protestos contra a monarquia por conta de uma guerra vista por muitos como ilegítima.
A captura de Al-Kasasbeh, realizada em 24 de dezembro, provocou comoção na Jordânia. Um vídeo divulgado pelo Estado Islâmico mostrou o piloto atordoado, arrastado por homens do Estado Islâmico após seu caça F-16 cair nas margens do rio Eufrates, nas proximidades de Raqqa, cidade síria elevada a “capital” da facção jihadista. A queda do avião reativou o debate sobre a participação da Jordânia na coalizão anti-ISIS liderada pelos EUA e o país se uniu no clamor pela soltura do piloto. Ficou claro que a prioridade da opinião pública era trazer Al-Kasasbeh de volta. O pai do piloto, Safi al-Kasasbeh, deixou a cidade de Karak para Amã, capital do país, onde se encontrou com o rei. Centenas de pessoas prestaram solidariedade a Safi, e sua família foi obrigada a erguer uma enorme tenda para receber os que buscavam ampará-los.
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