Cinco anos depois, Sissi teme ser Mubarak

A praça Tahrir, no centro do Cairo, ficou vazia na última segunda-feira. Ao contrário do 25 de janeiro de 2011, quando milhares de pessoas iniciaram na capital do Egito um movimento que culminaria com a derrubada de Hosni Mubarak, o 25 de janeiro de 2016 foi marcado pelo medo. Medo da população de ir às ruas protestar, mas, sobretudo, medo do governo em ver repetidos … Continuar lendo Cinco anos depois, Sissi teme ser Mubarak

Islã e terrorismo

Os atentados terroristas em Paris serviram de estopim para uma nova onda de discurso de ódio direcionado ao islã. Na França, a desconfiança e a hostilidade aos muçulmanos se solidificam, enquanto nos Estados Unidos a islamofobia ganha legitimidade no debate político e, até no Brasil, muçulmanos são alvos de agressões físicas. Tais manifestações mostram que a intolerância caminha de mãos dadas com a ignorância. Há alguns anos, … Continuar lendo Islã e terrorismo

Egito: portas fechadas para a Irmandade Muçulmana

O Egito está trabalhando para construir instituições democráticas e para manter sua coesão e estabilidade internas em um momento delicado, no qual o Oriente Médio parece à beira do caos. Neste caminho, abusos podem ter sido cometidos, mas o governo está disposto a corrigi-los, sem perder de vista que a Irmandade Muçulmana, movimento político-religioso que esteve no poder entre 2012 e 2013, é uma ameaça … Continuar lendo Egito: portas fechadas para a Irmandade Muçulmana

Egito: a formação de uma sórdida ditadura

Com o apoio das grandes potências, os aplausos dos ricos e poderosos e anuência de boa parte da população local, o marechal transformado em presidente Abdel Fattah al-Sissi está fazendo do Egito uma das ditaduras mais vis e opressoras da atualidade. Quatro anos depois da derrubada de Hosni Mubarak, o ciclo da Primavera Árabe se fechou no mais populoso dos países árabes. O antigo regime … Continuar lendo Egito: a formação de uma sórdida ditadura

O Estado Islâmico veio para ficar

Em 22 de setembro, os Estados Unidos estenderam à Síria a operação contra o Estado Islâmico (EI), iniciada no Iraque em agosto e oficializada no início deste mês em discurso de Barack Obama. Com os bombardeios e o apoio a forças terrestres locais, tanto na Síria quanto no Iraque, Washington busca “degradar e destruir” o autoproclamado califado. O primeiro objetivo é factível, mas o segundo é claramente impraticável. Sem lidar com o autoritarismo, o sectarismo, o desemprego, a pobreza, o analfabetismo e outros problemas que fazem vicejar o radicalismo religioso no Oriente Médio, a ideia por trás do Estado Islâmico não será destruída. Quando, e se, o EI recuar e perder território, o ideal vai simplesmente aguardar, encubado, uma possibilidade de manifestar seu barbarismo novamente.

Do ponto de vista militar, o Estado Islâmico tem uma fragilidade importante que torna o grupo vulnerável à operação liderada pelos EUA: sua ambição expansionista, baseada em uma verdade religiosa que atribuiu ao grupo uma missão inexorável de dominação mundial.

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O massacre nas praças Rabaa al-Adawiya e Nahda

O vídeo acima resume as evidências coletadas ao longo do último ano pela ONG Human Rights Watch a respeito dos massacres cometidos pelas autoridades do Egito em julho e agosto de 2013, nas semanas seguintes à deposição de Mohamed Morsi, primeiro presidente eleito na história do país. A HRW contabilizou ao menos 1150 mortes,a maioria em 14 de agosto, quando 817 pessoas foram assassinadas nas praças Nahda e Rabaa al-Adawiya, no Cairo, número equivalente à matança ocorrida no Massacre da Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989.

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