EUA e Irã: um acordo nuclear histórico

Após 19 dias de negociações em Viena, na Áustria, que culminaram 23 meses de diálogo, o Irã e um grupo de potências liderado pelos Estados Unidos chegaram a um histórico acordo sobre o programa nuclear iraniano em 14 de julho. O acerto segue a linha do texto preliminar anunciado em abril: as sanções econômicas impostas ao Irã serão retiradas em troca de uma série de medidas que … Continuar lendo EUA e Irã: um acordo nuclear histórico

Racha no Oriente Médio dificulta a paz em Gaza

Sandálias de criança e uma arma quebrada em uma poça de sangue na cidade de Gaza, em 28 de julho (Foto: @TamerELG)
Sandálias de criança e uma arma quebrada em uma poça de sangue na cidade de Gaza, em 28 de julho (Foto: @TamerELG)

A grande lição da “Primavera Árabe” é simples em forma e grandiosa em repercussão. Ficou claro desde 2011 que qualquer abertura democrática na região trará à tona forças da sociedade reprimidas nas últimas décadas. Essa é uma consequência óbvia, e comum a qualquer país sob regime autoritário, mas no Oriente Médio teve um efeito intenso: dividiu os países da região de forma profunda, criando um racha que, hoje, dificulta a obtenção de um cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino Hamas, em guerra desde 8 de julho.
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Por que o acordo com o Irã é bom

Um dia depois do anúncio de que as potências mundiais chegaram a um acordo preliminar com Teerã a respeito do programa nuclear iraniano, a diplomacia dos Estados Unidos tem gastado boa parte de seu tempo para defender o resultado das negociações. De Israel, dos países do Golfo e de dentro do Congresso norte-americano surgiram diversas críticas pesadas, entre as quais a de que o acordo é um “erro histórico” e transpareceu a “fraqueza” de Washington diante dos aiatolás. Barack Obama, seu secretário de Estado, John Kerry, e outros integrantes do governo insistem que o acordo é interessante não só para os EUA mas também para seus aliados no Oriente Médio, e, desta vez, estão certos.

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A paz entre Israel e os palestinos é viável?

Tzipi Livni, Kerry e Erekat. Foto: Departamento de Estado dos EUA
Tzipi Livni, Kerry e Erekat. Foto: Departamento de Estado dos EUA

Nesta semana, a ministra da Justiça de Israel, Tzipi Livni, e o principal negociador palestino, Saeb Erekat, se reúnem em Washington para o início de um período de nove meses de diálogo cujo objetivo é obter um acordo de paz entre as duas partes e, com 65 anos de atraso, estabelecer um Estado palestino. Com razão, é grande o pessimismo em Israel, nos territórios palestinos ocupados e entre analistas. Não se conhece a real vontade de fazer a paz de Israel, e nem a capacidade da Autoridade Palestina firmar o acordo. Ainda assim, convém não descartar a nova empreitada, mais uma vez realizada sob os auspícios dos Estados Unidos.

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A Síria se afunda na guerra, e o mundo segue imóvel

Há pouco mais de um mês, foram expostas aqui três dimensões do conflito na Síria – o duelo geopolítico entre Estados Unidos e Rússia; a batalha sectária nos contornos de xiitas e sunitas; e a disputa interna na oposição ao ditador Bashar al-Assad. Desde então, em todas essas frentes o conflito se agravou ou continuou como estava, mas está claro que é preciso acrescentar uma nova dimensão a ele: a dramática situação dos refugiados, capaz de tornar a questão síria uma guerra duradoura no Oriente Médio.

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Uma nova esperança para a paz entre Israel e Palestina

Jassim al-Thani e John Kerry durante entrevista coletiva. Foto: Departamento de Estado dos EUA
Jassim al-Thani e John Kerry durante entrevista coletiva. Foto: Departamento de Estado dos EUA

Ainda que todo o otimismo com o processo de paz entre Israel e Palestina deva ser acompanhado de parcimônia, uma declaração feita na segunda-feira 28 pelo primeiro-ministro e chanceler do Catar, Sheikh Hamad bin Jassim al-Thani, pode representar, no futuro, um avanço enorme para o fim do conflito.

Após encontro em Washington com o novo secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, Jassim al-Thani afirmou, em nome da Liga Árabe, um acordo deveria “ser baseado na solução de dois Estados, com base na linha de 4 de junho de 1967, com [a possibilidade] de pequenas trocas de terras comparáveis, mútuas e aceitas por ambas as partes”. Traduzindo, o que Jassim al-Thani fez foi ressuscitar a Iniciativa Árabe para a Paz, lançada em 2002 pela Arábia Saudita e aprovada pela Liga Árabe.  Continuar lendo “Uma nova esperança para a paz entre Israel e Palestina”