O que fazer depois de Paris?

Desde a segunda-feira 16, o presidente da França, François Hollande, vem tentando construir uma resposta aos atentados de 13 de novembro em Paris, classificados por ele como um “ato de guerra” do Estado Islâmico. Seu discurso equivale a uma cópia mal-feita do neoconservadorismo norte-americano liderado por George W. Bush e consiste, basicamente, em tratar o problema do terrorismo como uma questão securitária e militar, um conflito armado. A “guerra … Continuar lendo O que fazer depois de Paris?

Tunísia: entre a democracia e o terror

Em toda e qualquer análise a respeito da democratização do Oriente Médio, a Tunísia é apontada como um caso de sucesso. O país realizou dois conjuntos de eleições gerais, viu o governo trocar de mãos de forma pacífica e aprovou uma Constituição progressista em 2014. Ao mesmo tempo, a Tunísia se tornou palco de atentados terroristas. Em março, 21 turistas estrangeiros e um policial foram … Continuar lendo Tunísia: entre a democracia e o terror

Egito: portas fechadas para a Irmandade Muçulmana

O Egito está trabalhando para construir instituições democráticas e para manter sua coesão e estabilidade internas em um momento delicado, no qual o Oriente Médio parece à beira do caos. Neste caminho, abusos podem ter sido cometidos, mas o governo está disposto a corrigi-los, sem perder de vista que a Irmandade Muçulmana, movimento político-religioso que esteve no poder entre 2012 e 2013, é uma ameaça … Continuar lendo Egito: portas fechadas para a Irmandade Muçulmana

Racha no Oriente Médio dificulta a paz em Gaza

Sandálias de criança e uma arma quebrada em uma poça de sangue na cidade de Gaza, em 28 de julho (Foto: @TamerELG)
Sandálias de criança e uma arma quebrada em uma poça de sangue na cidade de Gaza, em 28 de julho (Foto: @TamerELG)

A grande lição da “Primavera Árabe” é simples em forma e grandiosa em repercussão. Ficou claro desde 2011 que qualquer abertura democrática na região trará à tona forças da sociedade reprimidas nas últimas décadas. Essa é uma consequência óbvia, e comum a qualquer país sob regime autoritário, mas no Oriente Médio teve um efeito intenso: dividiu os países da região de forma profunda, criando um racha que, hoje, dificulta a obtenção de um cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino Hamas, em guerra desde 8 de julho.
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Situação no Egito é desafio para a língua portuguesa

O golpe militar contra Mohamed Morsi no Egito e a subsequente perseguição a integrantes da Irmandade Muçulmana e de seu braço político, o Partido Liberdade e Justiça, exige que os dicionaristas brasileiros façam adequações urgentes ao léxico para facilitar o entendimento de análises e reportagens sobre o que está ocorrendo. Tornou-se comum afirmar, em português, que grupos como a Irmandade Muçulmana são “islâmicos”, “islamitas” ou … Continuar lendo Situação no Egito é desafio para a língua portuguesa